sexta-feira, 25 de junho de 2010

As diferentes formas de amar


Caderno em mãos. Caneta pendurada no bolso. Bolsa de um lado e a câmera do outro. Ando pelas ruas atrás da beleza do novo. Novo que aparece no velho, no detalhe. Tudo pode ser novo. Depende da maneira de enxergar.

O novo para mim é velho há muito tempo para aquele casal sentado na praça, olhando o movimento do fim de tarde. Ali, eles vivem o novo todos os dias há anos, do mesmo jeito. Mas não importa a rotina. Ela traz o prazer da vida para eles.

Casal que há tanto tempo se conhece que basta apenas estarem juntos para estarem felizes. Felizes ou acostumados? Ao lado deles, um grupo conversa, animado, sobre a vida. Diversos assuntos correm na mesa. Nada demais, nada chocante, apenas troca de ideias, de assuntos corriqueiros como o tempo, o comportamento do ser humano. Apesar de que o comportamento do ser humano muitas vezes surpreende.

E aquele casal, que há tanto tempo frequenta a praça vive o novo de novo. E todos os dias o novo aparece para eles. Eles se olham a cada comentário do grupo. Apenas por gestos, eles conseguem conversar e emitem uma opinião sobre o assunto ao lado. Em nenhum momento falam nada entre eles, deles. Apenas escutam...

Quando a entrega é tão grande que as palavras não são mais necessárias? Ou será que o costume entre eles é tão imenso que eles necessitam de outras vidas para viverem as suas? Não importa o motivo. Ali, está uma maneira de amar. Amar a rotina, amar o outro, amar o fato de não precisar falar nada, não precisar expressar nenhuma opinião. Eles se conhecem tanto que a troca de olhar já produz um dialogo silencioso.

As diferentes formas de amar surgem em cada esquina, em cada pessoa, em cada casa. Ao mesmo tempo o amor pode ser tão distante para alguns, é próximo para outros. Todos carregam dentro de si uma maneira de amar. Não importa a forma. O amor existe e transcende qualquer detalhe. O amor se transforma, cresce, morre, nasce de novo. O importante é descobrir a melhor forma de amar para você mesmo.

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